Um vídeo da empresa descreve um e-reader para jornais digitais que já trazia muitas das características desses dispositivos móveis.
Nos anos 70, a Knight-Ridder chegou a ser a maior editora de jornais dos Estados Unidos. Na década passada, entrou em decadência e acabou sendo vendida a outro grupo em 2006.
Em 1992, quando ainda era bastante poderosa, a empresa montou um laboratório dedicado a pensar no futuro dos jornais, o Information Design Lab (IDL). Foi lá, ao pé das Montanhas Rochosas do Colorado, que um grupo de estudiosos descreveu o que eles viam como o jornal do futuro.
Roger Fidler, diretor do IDL, diz, na apresentação, que o jornal do futuro deveria ter vídeos, gráficos e anúncios interativos.
O leitor tocaria neles para obter visualizações diferentes, como acontece em muitas publicações atuais para iPad.
Mas era preciso usar uma caneta para interagir com o tablet da Knight-Ridder, como no Newton, o fracassado assistente pessoal da Apple anunciado no ano anterior.
Naquela época, as telas de cristal líquido ainda não tinham sensibilidade suficiente para permitir interação direta com os dedos.
O vídeo também previa que, no futuro, as pessoas ainda usariam computadores para criar conteúdo, mas poderiam usar tablets para consumir informação, como vem acontecendo.
É bom lembrar que os primeiros tablets como formato atual só apareceram no final de 2002, quando a Microsoft lançou o Windows XP Tablet PC Edition. E esses dispositivos da primeira geração nunca fizeram sucesso. Como sabemos, esse formato de computador só decolou no ano passado, depois que a Apple começou a vender o iPad.
Em 1994, a Knight Ridder não teve como prever que a internet se tornaria tão grande e importante.
Assim, o tablet idealizado por ela não tinha funções de comunicação interpessoal e dependia de cartões de memória para a transferência de conteúdo. Foi preciso esperar mais 16 anos até que a tecnologia para um tablet realmente prático estivesse disponível.
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