Foxconn sabia de risco em fábrica

Um relatório divulgado dia 6 de maio já apontava a existência de problemas de ventilação na fábrica da Foxconn na China, que explodiu nesta sexta-feira.

Por volta das 19h (horário chinês) uma grande explosão atingiu a fábrica de Chengdu, responsável pela fabricação dos iPads, da Apple,matando duas pessoas.
Embora os detalhes do evento não tenham sido divulgados, um grupo de pesquisadores já havia alertado sobre problemas de segurança na instalação. O Students and Scholars Against Corporate Misbehaviour (SACOM), um grupo de Hong Kong que fiscaliza as condutas corporativas, visitou três fábricas da Foxconn na China e apontou o local da explosão como o mais problemático.
“Entre as três fábricas, a saúde ocupacional e os problemas de segurança são alarmantes em Chengdu”, diz o relatório. A fábrica possui 100 mil funcionários e é responsável pela produção de iPads; já a instalação de Chongqing possui apenas 10 mil trabalhadores e monta basicamente produtos da HP; a terceira fábrica visitante foi a gigante de Shenzhen, com 500 mil trabalhadores que montam produtos para Apple, Nokia, HP, Dell, entre outras.

Segundo a SACOM, em Chengdu, os trabalhadores “não possuem treinamento adequado no uso de produtos químicos... Trabalhadores também ressaltaram a falta de ventilação e equipamentos de proteção inadequados”. São justamente esses problemas de ventilação que parecem ter contribuído com a explosão, localizada na parte de polimentos da fábrica.

Além de problemas de segurança, o relatório aponta as horas extras excessivas. “Em Chengdu, funcionários normalmente fazem de 80 a 100 horas-extras por mês além das 174 horas normais. Isso é de 2 a 3 vezes mais do que o limite legal. A maioria dos trabalhadores pede por horas-extras pois seu salário normal não é o bastante. Poucos relataram ter declinado horas-extras (...) Punições podem ser impostas para aqueles que o fizerem”.
Quando o relatório foi divulgado, a PCWorld publicou uma resposta da Foxconn na qual a empresa alega que há imprecisões da SACOM – e que a retenção de funcionários está mais alta do que nunca.

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